Com um crescimento significativo em sua estrutura e alcance, o Festival Afrofuturismo, o maior evento de diversidade e criatividade da América Latina, conquistou uma posição de destaque no calendário cultural global. Em sua sexta edição, que ocorreu em Salvador, o evento trouxe o tema Adinkras – O Código-Fonte da Liberdade, inspirado na sabedoria ancestral dos povos africanos, especialmente do povo Asante, de Gana. A proposta deste ano foi conectar cultura, tecnologia e ancestralidade por meio de uma programação vibrante e diversificada, que inclui atrações nacionais e internacionais.
De acordo com Paulo Rogério Nunes, fundador do Vale do Dendê e idealizador do festival, em entrevista para a revista Glamurama, entre as inovações deste ano estavam a criação do inédito Prêmio Aya, que homenageou brasileiros que impulsionam a criatividade em várias áreas. Além disso, surgiu o Afrofofurismo, um espaço voltado para o público infantil. “O Festival Afrofuturismo está se consolidando como um evento calendarizado de Salvador, transformando a cidade na capital global da criatividade, reunindo pensadores, inovadores e futuristas”, afirma Nunes.
Com uma programação ampliada, o festival ocupou 15 pontos importantes do Centro Histórico de Salvador, como o Teatro Sesc Pelourinho, Casa Ashanti e Largo Tereza Batista. Cada espaço foi decorado com um símbolo Adinkra, representando os valores e a ancestralidade dos povos africanos. Entre as presenças confirmadas tiveram destaques nomes como Lucas Reis, Sara Zarâ, Rene Silva e Grazi Mendes, considerada uma das 100 futuristas afrodescendentes mais influentes do mundo. O evento também contou com o lançamento do livro Ancestrais do Futuro, de Grazi Mendes.
Parcerias estratégicas, como a Casé Fala e patrocínios da Unilever, Embasa e Prefeitura de Salvador, por meio da Secult, foram fundamentais para a realização desta edição. Além das palestras e painéis, o festival ofereceu trilhas temáticas que guiaram os participantes por experiências imersivas, que incluíram arte, cultura e tecnologia. Uma das atrações foi a exposição Bacía-Metal, que uniu arte e tecnologia para explorar os símbolos Adinkra, com curadoria do Departamento de Gestualidades.
A programação do festival também incluiu literatura afrofuturista, espetáculos como Koanza no Futuro e apresentações musicais de grupos como Cortejo Afro e Afrocidade. Com isso, o evento se afirmou como um verdadeiro mosaico de inovação e ancestralidade, reforçando a importância de discutir temas como liberdade, inovação e criatividade.
Já reconhecido como um dos maiores eventos culturais de Salvador, o Festival Afrofuturismo 2024 posicionou a cidade no cenário global ao lado de renomados eventos como o SXSW, em Austin, e o Web Summit, em Lisboa. “Este é um momento essencial para refletir sobre o futuro, unindo tradição e inovação”, concluiu Paulo Rogério. Mais do que um festival, foi um convite a imaginar futuros possíveis a partir da rica herança africana.