A velhice é um tema que provoca arrepios. Palavra carregada de inquietação e angústia ela também representa uma realidade difícil de capturar. Quando é que se fica velho? Aos 60, 65 ou 70 anos? Nada mais flutuante do que os contornos da velhice, vista como um conjunto complexo fisiológico-psicológico e social. Temos a idade de nossas artérias, de nosso coração, de nosso comportamento? Ou bem, é no olhar dos outros que enxergamos nossa idade? Enfim, a única certeza é que desde que nascemos começamos a envelhecer. Mas o fazemos em velocidades diferentes. O modo de vida, o ambiente, a situação social aceleram ou retardam a evolução bio-picológica e entramos na velhice em idades muito diferentes.
Digo tudo isso, pois o Brasil está envelhecendo. Uma boa razão para começarmos a nos aproximar do tema, é a mudança de relação com nossos membros da Terceira Idade. Antes marginais, eles hoje são a espécie mais comum de cidadãos. O idoso e a idosa em boa forma, sábios e experientes, cada vez mais fazem parte da publicidade: oferecem máquinas de lavar, passeios turísticos, seguros de vida e outros produtos. A medicina se debruça sobre os problemas específicos desta clientela, os economistas se inquietam frente ao aumento de aposentadorias e os demógrafos se desolam com uma pirâmide de idades invertida – mais velhos, menos jovens – que aponta, há médio prazo, para um Brasil cheio de rugas. O Estado também vai tomando consciência da amplitude da situação e, com a lentidão habitual, começando a pensar nela. E os historiadores também ...
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