No mês do orgulho LGBTQ+ Casé Fala promove encontro sobre direitos da comunidade
A luta pelos direitos LGBTQ+ foi tema do recente bate-papo que reuniu duas vozes potentes nos direitos e difusão da diversidade da Casé Fala, Marcus Vinicius Ribeiro, militante dos Direitos Humanos e LGBTQ+, diretor presidente do grupo PISA nas Américas e André Fisher, jornalista e diretor do Centro Cultural da Diversidade de São Paulo e fundador do Festival Mix Brasil.
Na conversa que pode ser ouvida na integra em nosso canal no YouTube, Instagram ou Podcast, Marcus e André falaram sobre os cenários da comunidade no Brasil e no mundo, e relembraram a importância da luta pelos direitos em tempos turbulentos como os que estamos passando.
Confira abaixo alguns insights sobre o bate-papo:
Histórico na luta pela igualdade
Amigos de longa data, eles contaram através de suas trajetórias pessoais a história da militância no Brasil e como se engajaram no movimento. André traçou um paralelo entre o movimento dos anos 80 no fim da ditadura e hoje, e disse que acredita que atualmente a comunidade vive um momento de resistência, enquanto antes a resistência era da caretice, já que vivíamos tempos onde se pregava a liberdade e a cultura. Marcus também relembrou os nomes que fizeram diferença no cenário cultural da época e contou sobre a fluidez dos grupos. “Naquela época tínhamos Fausto Fawcett, Sandra Kogut, Astrubal Trouxe o Trombone, tudo vinha muito misturado e com um poder muito grande de agregar”, conta. “Hoje precisamos resistir para que no mínimo a gente garanta os direitos que já nos foram adquiridos”, ponderou André.
Mas como ocorreu essa mudança de cenário ao longo das décadas? Marcus acredita que na medida que as comunidades começaram e se tornar mais ativas buscando maior participação na sociedade houve um andar para trás, acredita que esse cenário ocorreu por conta de pessoas que não souberam lidar com a evolução da sociedade, mas que o mais preocupante disso é o aumento da repressão através da violência.
O retrocesso não é apenas uma sensação a violência através dos dados
Para demonstrar o que essa violência significa, Marcus falou sobre sua participação na ONU e revelou dados preocupantes. “Em 2019, a ONU adotou dentro dos direitos humanos na Assembleia Geral os direitos LGBTQ e como sou delegado de Direitos Humanos na ONU esse é um dos assuntos que eu participo. Eu estive em todas as reuniões que falavam sobre esse assunto. Falamos da saúde da comunidade e principalmente entre jovens de 14 a 25 anos, que hoje representam a faixa com o maior número de suicídios no mundo”.
André também falou sobre as diferenças dentro da comunidade LGBTQ+, como a expectativa de vida de uma pessoa trans, negra, periférica é ainda mais baixa do que de um gay branco de classe média e cis.
Um olhar sobre o futuro
Então como podemos avançar como sociedade? Apesar das inúmeras dificuldades do período que atravessamos, Marcus vê na articulação da sociedade civil a maior razão para acreditar em dias melhores. “A pandemia, fez com que ficasse mais clara a ausência do governo e isso mostrou a força dos grupos fazendo um papel social incrível de impacto e replicável e essa é a única esperança que a gente tem”.
André acredita que também é o momento de nos articularmos enquanto sociedade. “Precisamos começar a propor coisas novas em todos os setores da política à estética, e considerarmos principalmente que sejam ações inclusivas”. Como um passo dentro desse objetivo, André lançou o Manual Prático de Linguagem Inclusiva, que pode ser baixado gratuitamente e tem como objetivo promover uma comunicação sem preconceitos e com mais empatia. Você pode encontrar aqui o Manual para baixar.
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